Bandeira Brasil-Polônia

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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Encerramento do curso de pintura - Pisanki

Associação Polonesa encerra curso de pintura de casquinhas-Pisanki

A Associação da Cultura Polonesa de Jaraguá do Sul concluiu na noite de terça-feira (31), o curso sobre Pisanki, com 20 participantes. Durante vários encontros a instrutora Adriana Sasse ensinou o grupo sobre a pintura artística de casquinhas de ovos com motivos florais, pássaros, animais e também traços geométricos. Segundo a coordenadora Maria Sibila Kubnik, o objetivo foi resgatar a tradição dos antepassados na pintura de ovos, que está focada mais fortemente na cultura polonesa, alemã e ucraniana. 

Segundo ela, cada etnia tem um estilo próprio e a polonesa é a de confeccionar cestinha, decorar ovos. No Domingo da Páscoa é montada uma cesta com ovos, pães e ervas e levada para o sacerdote abençoar. Depois cada qual leva para casa para a partilha. É uma celebração muito respeitada e que está sendo conservada pelos descendentes de polacos em Jaraguá do Sul. O trabalho cultural da Associação Polonesa conta com curso de língua polonesa, oficina de pintura e grupo de canto.

Grupo concluiu na terça-feira (31) curso sobre Pisanki. Foto: Isandro Fiamoncini




quinta-feira, 2 de abril de 2015

Tradição de Páscoa Polonesa - Pisanki

A tradição de enfeitar os ovos na Páscoa é antiquíssima. Na Polônia apareceu na Idade Média. Nas proximidades da cidade de Opole foram encontrados ovos decorados que datam do século X. Há porém diversas técnicas de decoração que variam de região em região.
Os mais antigos e mais simples são os chamados “malowanki”, “kraszanki” ou “byczki”. São ovos pintados com uma cor só, sem nenhum tipo de enfeites. Antigamente eram usados corantes naturais, facilmente acessíveis, como casca de cebola que tingia os ovos na cor laranja, beterraba – bordô, cereais frescos – verde, casca de carvalho ou amieiro e casca de nozes – preto, flor da papoula – roxo.
Na região de Opole era muito popular a técnica de raspagem. Os chamados “kraszanki” eram ovos tingidos com uma só cor e essa casca era raspada com ajuda de um alfinete, faca ou lâmina. As mais tradicionais tinham desenhos florais e era uma técnica que exigia muita paciência e precisão.
Outro tipo eram as “nalepianki” – ovos decorados com papel colorido colado, principalmente com desenhos de flores e galos. Essa técnica era muito popular em regiões famosas pelas suas “wycinanki”, como em Łowicz.
Na região de Kurpie também era uma decoração colada na casca, porém feita de juncos e lã colorida. Eram os chamados “oklejanki”. O junco era “descascado” e para a decoração do ovo usava-se somente o miolo macio da planta.
Os mais populares, porém, são os “pisanki”, ou seja ovos decorados com ajuda de cera. O método consiste em fazer o desenho com cera quente derretida com ajuda de uma caneta especial para este fim, ou simplesmente um alfinete. Após finalizar o desenho, coloca-se o ovo num recipiente com corante. A tinta adere somente na superfície não coberta com a cera. Assim, é possível fazer desenhos coloridos colocando o ovo em diversos corantes depois de cada camada de desenho com cera.
Esses ovos tinham diversas utilidades. As mulheres confeccionavam-nos para dar de presente aos seus filhos e afilhados. As moças davam aos homens, e nesses muitas vezes havia desenhos de corações e frases como „Kogo miłuję, temu pisankę podaruję” (a quem amo, dou uma pisanka). O rapaz que ganhava um presente desses podia ter certeza que a moça gostava dele.
Os ovos eram utilizados também em brincadeiras típicas da época da Páscoa, como por exemplo “bitki” ou “wybitki”. As pessoas faziam os ovos rolarem e se chocarem uns com os outros e observavam qual deles quebrava. O dono do ovo mais resistente ganhava. Outra variação da brincadeira era bater levemente um ovo com outro na ponta e, de novo, o dono do ovo “mais forte” ganhava a brincadeira.
Mas além de tudo, o ovo era o elemento mais importante no cesto da “święconka” levado para benzer no Sábado de Aleluia. Estes ovos eram divididos entre todos os membros da família na manhã de Domingo de Páscoa e acreditava-se que comendo-o garantia-se felicidade, saúde e prosperidade pelo resto do ano. Dava-se pedaços desses ovos também para os animais e as cascas eram jogadas na lavoura para garantir boas colheitas.